O Lixo
Publicado por: Thiago Ribeiro
(Portal Mundo Educação)
Para a
realização de um estudo acerca do lixo, que é um dos maiores problemas
ambientais em âmbito mundial, é preciso compreender o seu significado.
De uma forma sintetizada, o lixo corresponde a todos os resíduos gerados pelas
atividades humanas que é considerado sem utilidade e que entrou em desuso.
O lixo é um fenômeno puramente humano, uma vez que na natureza não existe, pois
tudo no ambiente agrega elementos de renovação e reconstrução do mesmo. Nesse
contexto, o lixo pode ser encontrado no estado sólido, líquido e gasoso.
O lixo pode ser classificado como orgânico (restos de alimentos, folhas,
sementes, papéis, madeira entre outros), inorgânico e esse podem ser
recicláveis ou não (plástico, metais, vidros etc.), lixo tóxico (pilhas,
baterias, tinta etc) e lixo altamente tóxico (nuclear e hospitalar).
Diante disso, o lixo pode ter várias origens, dentre as principais estão os
resíduos domésticos, sólido urbano, industrial, hospitalar e nuclear.
Para obter condições satisfatórias no seguimento social e ambiental nos centros
urbanos e, especialmente, nas grandes cidades é preciso que haja uma
intervenção efetiva do poder público. Dessa forma, as esferas do poder
(município, estado e união) têm a incumbência de designar e implantar ações que
possam agregar melhorias de vida para a população.
Sua
atuação fica vinculada à criação de áreas verdes, arborização urbana, manejo de
um sistema de transporte coletivo que funcione, projetos de moradias populares,
saneamento básico e água tratada, monitoramentos dos níveis de poluição, coleta
do lixo e muitas outras que são fundamentais.
O Estado é o responsável por controlar e administrar os impostos pagos pelos
contribuintes, nesse sentido, é seu dever oferecer tais serviços à população.
Coleta de lixo.
Todas as cidades enfrentam diversos tipos de problemas, quanto maior a cidade
mais as adversidades são acentuadas. Diante dessa afirmativa, um dos problemas
que mais se destaca é a questão do lixo, principalmente o sólido. Diariamente
as cidades emitem uma enorme quantidade de lixo e grande parte desses detritos
não são processados, ou seja, o excedente vai sendo armazenado em proporções
alarmantes. O problema cresce gradativamente, devido o elevado número de
pessoas no mundo e o grande estímulo ao consumo presente nas sociedades
capitalistas.
Antes da Primeira Revolução Industrial, o lixo produzido nas cidades era
composto basicamente por elementos orgânicos, além disso, o número de
habitantes era menor, assim como os centros urbanos, assim os moradores apenas
enterravam os resíduos no próprio quintal. Sanitariamente essa ação é positiva,
pois corresponde a uma medida preventiva contra a dispersão de doenças e evita
a presença de animais hospedeiros, como ratos, baratas, moscas, dentre outros.
Após o período da Primeira Revolução Industrial, houve um grande crescimento da
produção industrial, aumento significativo da população, processo esse que teve
um enorme incremento após a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) na qual
ocorreu um engrandecimento da quantidade de lixo e uma diversificação em sua
composição.
A partir dessa data o mundo passou por intensas evoluções tecnológicas e
científicas, além disso, houve a dispersão de empresas transnacionais pelo
mundo e essas incentivaram o consumo em massa, lançando produtos e atrativos
aos consumidores, no sistema capitalista o maior objetivo é o lucro e, diante
desse fato, os donos dos meios de produção colocam um arsenal de novidades no
mercado, mas todas as mercadorias dispostas para o consumidor requerem a
retirada de recursos da natureza e também produzem resíduos.
O lixo
fica mais evidente nos países subdesenvolvidos onde muitas vezes não existe um
sistema de coleta de lixo, característica que demonstra a fragilidade das
políticas assistenciais. O lixo não é somente um problema de caráter ambiental,
mas também de saúde e qualidade de vida, desse modo a sua coleta configura como
um dos principais serviços públicos.
Nas
cidades que dispõe de coleta de lixo, esse é deslocado para um lugar específico
denominado de lixão, onde ficam concentradas enormes quantidades de detritos
que se encontram a céu aberto, porém existem também os aterros sanitários,
lugares destinados a armazenar o lixo, nesse caso os resíduos são enterrados e
compactados. Esses lugares possuem uma paisagem degradada e é um ponto de
concentração de doenças e mau cheiro, não é recomendável o contato humano nesse
ambiente por causa da insalubridade.
Os dois tipos de depósitos se estabelecem em áreas periféricas que estão sobre
fortes problemas de ordem ambiental e social. Muitas vezes o lixo pode ter
outros destinos, como áreas desabitadas, encostas, rios e córregos. Esse
processo é comum em países subdesenvolvidos, onde existem bairros que possuem
pouca ou nenhuma coleta de lixo, como esse não tem seu destino adequado produz
inúmeros problemas no ambiente e também às pessoas da comunidade, dentre muitos
os principais são:
• Disseminação de insetos que são hospedeiros de doenças, como a peste
bubônica, dengue, leptospirose entre outras.
•
Decomposição de matéria orgânica que gera um odor desagradável e produz um
líquido ácido de cor escura denominado de chorume, esse é absorvido pelo solo e
atinge o lençol freático, tornando-o poluído.
•
Contaminação do solo com produtos tóxicos e das pessoas que estão em contato.
•
Deslizamento de encostas.
•
Assoreamento de mananciais e enchentes.
•
Armazenamento de materiais que não são biodegradáveis.
• Além de
estragar a paisagem.
Outro ponto não menos importante está na questão social decorrente dos lixões
que tornaram uma prova viva da exclusão social e degradação humana, é comum
nesses locais a presença de centenas de pessoas que diariamente vão em busca de
materiais e objetos que possam ser vendidos para o processo de reciclagem
(ferro, alumínio, papel, vidro entre muitos outros) e também restos de
alimentos que muitas vezes já se encontram estragados e que mesmo assim são
consumidos. Os lixões refletem diretamente as desigualdades sociais presentes
em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, além de deixar explícita a
degradação humana.
Degradação humana nos lixões.
O lixo é um grande problema, mas as soluções são diversas e são de acordo com a
fonte que as emite, um exemplo claro disso é o lixo hospitalar, a única maneira
de eliminá-lo é calcinar esse detrito, isso porque a fonte é insalubre, pois
pode oferecer riscos de contaminação de doenças.
No caso específico do lixo residencial são diversas as possibilidades, no
entanto, varia de acordo com a realidade econômica do país. Em vários países, o
lixo orgânico é processado nas indústrias de compostagem e dão origem a adubos
e gás metano, já o lixo inorgânico o melhor seria a implantação efetiva de uma
coleta seletiva que permitiria a reciclagem de grande parcela dos materiais
(vidros, latas de alumínio, papéis entre outros), isso é comum em países
europeus e também no Japão.
Existe um grande número de países que construíram usinas de incineração de
lixo, mas essa ação não é totalmente viável do ponto de vista ambiental, pois
se perde muito material que poderia ser aproveitando, consome energia e emite
gases poluentes na atmosfera.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o saneamento significa controlar os
elementos do meio físico onde a sociedade habita e que exercem resultados
prejudiciais ao bem-estar físico, mental ou social.
Desse modo, a manutenção da limpeza da cidade é de tarefa da administração
municipal, assim como investimentos e incentivos aos profissionais da
engenharia sanitária.
Diante de todas as considerações fica evidente que a simples construção de
aterros e instalação de lixões não pode ser considerada como uma solução, é
preciso encontrar maneiras menos impactantes e mais eficientes em caráter
ambiental e social.
O lixo deve ser tratado com maior prudência, pois compromete as reservas de
recursos naturais, além de poluir e comprometer outros ambientes.